Um milhão e meio de reais. O preço pago para ser observado 24 horas por dia, sem interrupções e com privacidade ZERO! Zero centavos. É o preço pago para ficar observando 24 horas por dia, pessoas que saíram do anonimato. Olhando por esse ângulo parece futilidade. Mas será mesmo que não há nada aproveitável nesses realities shows, que, para muitos, só presta para dar ibope a emissora, ou, para dar a outros os tão sonhados 15 minutinhos de fama? Não sei. Acho que olhar briguinhas sobre opiniões divergentes vai além do pensamento humano. O comportamento humano é algo a ser estudado. O próprio ser humano é algo a ser estudado. Como rato de laboratório mesmo, sabe? É assim que, as vezes, eu enxergo esses participantes. Prova de comida; prova de resistência. Um verdadeiro teste de paciência, tanto pra quem vive, quanto pra quem assiste; e que muitos não conseguem concluir. Ser observado é mais fácil do que se imagina? Não sei, nunca me inscrevi no BBB. Sentir a pressão de ser julgado por uma pessoa é muito desconfortável. Imagina ser julgado por um país inteiro? Não parece uma coisa muito agradável. Pelo menos para mim. Nem sempre o que se vê é o que realmente quer ser mostrado. As pessoas lá dentro dizem que não são como foram mostradas. Estratégia, ou falta de autoconhecimento? Talvez seja a segunda opção. Ou, lá dentro deva ser assim mesmo como eles contam. Cada participante quando sai começa a justificar cada fato ocorrido lá dentro. Arrependimento, ou apenas esclarecimento? Também não sei. Tô cogitando a ideia de me inscrever, para obter a resposta para todas essas perguntas sem fundamento. Daí, ganho um milhão e meio para ser observada tomando banho (o que não seria uma coisa muito interessante de se assistir, acreditem!), conheço o Bial, fico famosa, dou entrevista no Faustão, e depois de um tempo, se eu não der sorte, posso andar na rua como uma desconhecida novamente, pois daqui a um ano estarão falando em outro desconhecido que virou milionário. Um verdadeiro círculo vicioso, acredite.